quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Vinho novo, Odre novo

“Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Pelo contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e assim não se perdem nem os odres nem o vinho” (Mateus 9.17)

Odres são pequenos recipientes confeccionados com pelos de pele de carneiro com a finalidade de reter líquidos. Quando, na antiguidade, se fazia vinho, era comum colocar o suco de uva em um odre novo. À medida que o suco fermentava, liberava gás que, por não ter por onde escapar ia enchendo o odre e expandindo suas dimensões. Não é preciso dizer que ao fim do processo o odre estava maior. Porém, o mesmo odre não poderia ser usado novamente da mesma forma, pois a elasticidade do couro teria chegado ao limite. Se fosse colocado ali suco de uva ou vinho novo ainda em fase de fermentação, fatalmente o odre se romperia com a pressão.

O Senhor Jesus fazia menção ao fato de que as coisas novas que ele ensinava referentes ao Reino de Deus não poderiam ser armazenadas nos velhos costumes daqueles judeus. Numa aplicação mais prática, posso dizer que é impossível alguém receber as coisas de Deus a menos que mude seu modo antigo de viver, que tenha nascido de novo, que tenha se esvaziado dos paradigmas antigos. Tentar absorver as coisas de Deus e tentar aplicá las à sua velha natureza ou ao velho homem só resultará em um rombo ainda maior ou em desperdício, não é possível guardar a Palavra de Deus naquilo que você era antes, o seu odre inevitavelmente se romperá.

O Reino de Deus hoje precisa apenas de pessoas dispostas para receber o vinho novo de Deus como odres novos. Pessoas que abrem mão de sua “conquistas” anteriores, dos seus títulos, do seu orgulho; Deus procura pessoas vazias, com espaço para receber coisas novas, pessoas que voluntariamente se abrem para que Deus coloque nelas o seu vinho, sempre bom, sempre novo. A expansão do odre deve ser natural, produzida pelo próprio Deus.
Há quem diga que naqueles tempos da antiga cultura judaica quando o odre era velho e não se expandia mais, colocavam-no em um cepo (tora de madeira) e o surravam com um porrete. Assim se obrigava o odre a se expandir. Também essa tradição pode ser aplicada à nossa realidade, pois há pessoas que se fecham para a sua Palavra e obrigam Deus a forçar seu crescimento. Como este crescimento não é espontâneo, natural, pode acarretar algum sofrimento, no entanto, melhor crescer com alguma dor do que permanecer vazio por toda a eternidade.

Estejamos sensíveis ao desejo do nosso Deus. Ele quer derramar do seu vinho novo em odres que tenham condições de recebê-lo. Chegou o tempo de deixar Deus fazer o seu sobrenatural em nossas vidas, curar as feridas e encher o odre de vinho novo abundantemente.
Só para marcar este assunto sobre expansão: alguma vez em sua vida você pediu a Deus paz e teve a impressão de que tudo ficou mais turbulento? Pois este é o momento de expandir o reino de Deus.
Maurício Santos Neves

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A Mensagem Da Cruz


"Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim..."
(Gl 2.19b-20).

Os elementos anticristãos do mundo secular dariam tudo para conseguir eliminar manifestações públicas da cruz. Ainda assim, ela é vista no topo das torres de dezenas de milhares de igrejas, nas procissões, sendo frequentemente feita de ouro e até ornada com pedras preciosas. A cruz, entretanto, é exibida mais como uma peça de bijuteria ao redor do pescoço ou pendurada numa orelha do que qualquer outra coisa. É preciso perguntarmos através de que tipo estranho de alquimia a rude cruz, manchada do sangue de Cristo, sobre a qual Ele sofreu e morreu pelos nossos pecados se tornou tão limpa, tão glamourizada.

Não importa como ela for exibida, seja até mesmo como joalheria ou como pichação, a cruz é universalmente reconhecida como símbolo do cristianismo – e é aí que reside o grave problema. A própria cruz, em lugar do que nela aconteceu há 19 séculos, se tornou o centro da atenção, resultando em vários erros graves. O próprio formato, embora concebido por pagãos cruéis para punir criminosos, tem se tornado sacro e misteriosamente imbuído de propriedades mágicas, alimentando a ilusão de que a própria exibição da cruz, de alguma forma, garante proteção divina. Milhões, por superstição, levam uma cruz pendurada ao pescoço ou a tem em suas casas, ou fazem "o sinal da cruz" para repelir o mal e afugentar demônios. Os demônios temem a Cristo, não uma cruz; e qualquer um que não foi crucificado juntamente com Ele, exibe a cruz em vão.
Paulo afirmou que a "palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus" (1 Co 1.18). Assim sendo, o poder da cruz não reside na sua exibição, mas sim na sua pregação; e essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim com a morte de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16), e não para aqueles que usam ou exibem.

O que é esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: "venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei... por ele também sois salvos... que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Co 15.1-4). Para muitos, choca o fato do evangelho não incluir a menção de uma cruz. Por quê? Porque a cruz não era essencial à nossa salvação. Cristo tinha que ser crucificado para cumprir a profecia relacionada à forma de morte do Messias (Sl 22), não porque a cruz em si tinha alguma ligação com nossa redenção. O imprescindível era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento, pois "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22); "é o sangue que fará expiação em virtude da vida e não a cruz" (Lv 17.11).

Não digo isso para afirmar que a cruz em si é insignificante. O fato de Cristo ter sido pregado numa cruz revela a horripilante intensidade da maldade inata ao coração de cada ser humano. Ser pregado despido numa cruz e ser exibido publicamente, morrer lentamente entre zombarias e escárnios, era a morte mais torturantemente dolorosa e humilhante que poderia ser imaginada. E foi exatamente isso que o insignificante ser humano fez ao seu Criador! Nós precisamos cair com o rosto em terra, tomados de horror, em profundo arrependimento, dominados pela vergonha, pois não foram somente a turba sedenta de sangue e os soldados zombeteiros que O pregaram à cruz, mas sim nossos pecados!

Assim sendo, a cruz revela, pela eternidade adentro, a terrível verdade de que, abaixo da bonita fachada de cultura e educação, o coração humano é "enganoso... mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto" (Jr 17.9), capaz de executar o mal muito além de nossa compreensão, até mesmo contra o Deus que o criou e amou, e que pacientemente o supre. Será que alguém duvida da corrupção, da maldade de seu próprio coração? Que tal pessoa olhe para a cruz e recue dando uma reviravolta, a partir de seu ser mais interior,olhando para a cruz e vendo que Cristo,foi ao madeiro e levou sobre Si todos os nossos pecados, permitiu-se ser zombado, injuriado, açoitado e pregado àquela cruz! Cristo "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz" (Fp 2.8).
Enquanto o homem fazia o pior, Deus respondia com amor, não apenas Se entregando a Seus carrascos, mas carregando nossos pecados e recebendo o castigo que nós justamente merecíamos.

Com isto,deixe a mensagem da cruz penetrar em seu coraçao,e quebrar todas as algemas do pecado e viva a ressurreiçao de Cristo.

Quando Cristo morreu, Ele exclamou em triunfo: "Está consumado" (Jo 19.30), usando uma expressão que, no grego, significa que a dívida havia sido quitada totalmente.

Que a graça do Deus que morreu e ressuscitou no terceiro dia esteja sobre VOCÊ...



Mauricio Santos Neves